Samsung e Huawei desbancam a Apple com os celulares mais caros do momento

Arte/UOL 

A Samsung Electronics e a Huawei Technologies viram a Apple fixar um preço de mais de US$ 1.000 para um smartphone destinado ao mercado de massa -- e agora subiram a aposta com novos modelos que custam quase o dobro.

A Apple iniciou a tendência em 2017 com o iPhone X. Os últimos iPhones de luxo, o XS e o XS Max, custam até US$ 1.450. Na última semana, a Samsung e a Huawei dobraram a aposta fixando os preços de seus celulares dobráveis em US$ 1.980 e US$ 2.600, respectivamente. Isso transforma os aparelhos dobráveis nos telefones mais caros até o momento, excluindo telefones estilo joias, de baixo volume, de empresas como a Vertu, que podem ter preços de até US$ 10.000.

As concorrentes da Apple usaram a estratégia da empresa de tentar extrair mais dinheiro das vendas de unidades, que estão estagnando, elevando o preço de alguns telefones bem acima do que muitas pessoas pagariam por um laptop. A iniciativa parece ter prejudicado a Apple, que informou que a receita do iPhone caiu 15 por cento no primeiro trimestre fiscal em relação ao ano anterior.

A busca da Samsung e da Huawei por fatias maiores do dinheiro do consumidor depende de que o fenômeno das telas dobráveis seja a próxima nova onda entre os smartphones, e não uma moda passageira.

"O aparelho não será um grande impulsionador de volume a esse preço, mas é bom lembrar que os notebooks também custavam US$ 2.000 antes de alcançarem preços mais acessíveis", disse Bryan Ma, vice-presidente de pesquisa de aparelhos da IDC, sobre o telefone Samsung Galaxy Fold. Richard Yu, CEO do grupo de consumo da Huawei, disse que seu Mate X é "muito caro".
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A Samsung também aumentou o preço de sua nova linha principal, a S10. O S10  custa US$ 1.000 a US$ 1.600 e uma versão 5G ainda não lançada deverá ter preço no topo da faixa.

Excluindo os aparelhos dobráveis, o preço médio de venda de smartphones aumentou para US$ 575 no quarto trimestre de 2018, contra US$ 542 no ano anterior, segundo a IDC.

Inicialmente, a estratégia de preços da Apple pareceu compensar. Após o lançamento do X, a empresa registrou vendas recorde do iPhone no primeiro trimestre fiscal de 2018. Mas as vendas estagnaram durante o ano, especialmente na China, onde as concorrentes lançaram telefones com tecnologia similar às vezes por um terço ou pela metade do preço.

As vendas fracas desencadearam um "exercício de incêndio" na Apple em que a fabricante do iPhone lançou uma série de promoções para compensar os preços elevados.

O vice-presidente de operações, Jeff Williams, disse que a Apple está "muito consciente" da preocupação em relação ao preço de seus produtos.

"Não queremos ser uma empresa elitista", disse Williams, neste mês, em aparição na Elon University, segundo o Times News, de Burlington, Carolina do Norte, EUA. "Queremos ser uma empresa igualitária e temos muito trabalho em andamento nos mercados em desenvolvimento."

*Com a colaboração de Ian King.

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