Motorola e LG paralisam fábricas no Brasil por falta de peças

Fábrica da Foxconn em Jundiaí (Créditos: Fabiano Accorsi/VEJA) 

Já não é novidade que setores industriais em várias partes do mundo estão tendo dificuldades para produzir devido à propagação do coronavírus (Covid-19). O Brasil não é exceção: por aqui, Motorola e LG anunciaram férias coletivas recentemente porque não conseguem receber componentes chineses.

A China espera que o surto de coronavírus (Covid-19) esteja sob controle até o fim de abril. Para tanto, várias medidas de contenção do vírus vêm sendo tomadas. Uma delas consiste no fechamento temporário ou diminuição do ritmo de produção de fábricas no país.
Serviços de transportes também foram total ou parcialmente paralisados. Algumas estradas foram bloqueadas ou têm acesso restrito. A soma de todos esses fatores reflete na produção de diversos itens: se as fábricas não produzem, não entregam. Quando conseguem entregar, é com atraso ou volume menor de itens.
As consequências são sentidas pelo menos desde o fim de janeiro por indústrias brasileiras. Um exemplo vem da Samsung, que fechou a sua fábrica em Campinas (SP) entre os dias 12 e 14 de fevereiro.
Na sequência, a Flextronics, que responde pela produção de dispositivos da Motorola, anunciou férias coletivas de 10 dias. A operação normal deveria ter sido retomada na quarta-feira (26), mas a suspensão foi prorrogada por mais dois dias. Para piorar, uma nova paralisação na Flextronics deverá ocorrer entre 9 e 28 de março.

Situação semelhante na LG: a companhia irá paralisar a produção da sua fábrica em Taubaté (SP) também por dez dias, começando na próxima segunda-feira (2). O motivo é o mesmo em todos os casos: falta de componentes vindos da China.
Ainda não é possível calcular o prejuízo financeiro oriundo das linhas de produção paralisadas, mas a Abinee (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica) estima que 57% das fábricas associadas já enfrentam problemas de abastecimento como efeito indireto do coronavírus. Sindicatos temem que essa situação termine em demissões.

Procon-SP pede explicações

O Procon-SP já está de olho no problema. Em nota emitida nesta quinta-feira (27), o órgão informa que notificou as empresas Huawei, Lenovo, LG, Panasonic, Samsung, Semp Toshiba e Sony para que expliquem como estão lidando com o problema dos materiais provenientes da China.
A entidade quer descobrir se a situação pode afetar serviços de reparo, por exemplo. As empresas notificadas têm 72 horas a partir de hoje para responder.


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