Brasil Game Show
é atualmente o maior evento de jogos na América Latina, porém a feira
nasceu como um pequeno projeto no Rio de Janeiro. Na edição desta semana
da coluna Geração Gamer, o diretor e idealizador da BGS,.
A BGS chegou a atrair 100 mil pessoas em 2012, para ver Mario, Luigi, Donkey Kong e muitos outros jogos (Foto: Divulgação/BGS)
A origem da BGS
A Brasil Game Show nasceu como Rio Game Show, em 2009. “No final de
2008 eu percebi que estavamos há três anos sem nenhuma feira de games no
país, e achei que era o momento de criar um novo evento”, explicou
Marcelo. Aproximadamente 8.000 pessoas compareceram na feira do Rio,
projetando a feira a nível nacional. Sobre a crescente relevância do
evento, Marcelo comenta: “Acho que o Brasil já perdeu tempo demais como
um mercado secundário da indústria de games. Temos que aproveitar este
momento e conquistar o merecido espaço no cenário mundial”.
A história da BGS se mistura com o passado do próprio Marcelo Tavares,
que era considerado o maior colecionador de videogames do Brasil no
período. “Eu sempre fui apaixonado por games, tenho mais de 230 consoles
de videogame e cerca de 3000 jogos. Desde o primeiro Atari que ganhei,
aos sete anos de idade, eu não parei mais de jogar e justifico tamanha
paixão transformando meu antigo hobby em profissão”, disse Marcelo.
“Hoje em dia tenho 34 anos e nunca parei de jogar. Eu sempre reservo
pelo menos duas horas por dia para jogar alguma coisa. Essa foi a razão
de tudo no começo e continuar pensando como fã só facilita as coisas
para mim”, completa Marcelo. O organizador acredita que ter a
mentalidade de gamer e continuar a consumir jogos facilita seu
entendimento do mercado e dos eventos atuais.
Expansão da BGS na América Latina
Já com o nome Brasil Game Show, 60 expositores e campeonatos de games, o
evento de Marcelo Tavares atingiu 30 mil pessoas em 2010, tornando-se o
mais importante do segmento na América do Sul. Em 2011, a audiência
duplicou para cerca de 60 mil pessoas, passando a ser o maior evento de
videogames da América Latina. Nessa terceira edição, os produtores
Yoshinori Ono (Street Fighter) e Zafer Coban (Batman Arkham City)
estavam presentes conversando, dando autógrafos e tirando fotos com os
fãs. Na ocasião, os ingressos esgotaram.
No ano de 2012, 100 mil pessoas foram ao evento que ocorreu pela
primeira vez em São Paulo. Nessa quarta edição, a feira movimentou cerca
de R$ 50 milhões em negócios, de acordo com a organização. “A Brasil
Game Show já dobrou em 2013 comparado ao ano passado. Em 2014 o nosso
objetivo será o mesmo”, adiantou Marcelo Tavares ao TechTudo.
“Acredito que a BGS é uma grande vitrine do mercado brasileiro lá fora.
O evento ajuda no crescimento do nosso mercado ao promover os games
tanto para a imprensa especializada como para a grande mídia”, disse o
organizador. Em 2010, por exemplo, o Brasil Game Show gerou cerca de mil
reportagens em veículos nacionais e internacionais, entre TVs, sites,
revistas, rádios e jornais.
O
foco da Brasil Game Show é principalmente o jogador brasileiro, apesar
do evento servir para negociações (Foto: Divulgação/BGS)
Mesmo muito otimista quanto ao seu próprio trabalho, Marcelo Tavares é
muito mais modesto quanto ao mercado 100% nacional. Ele fala
entusiasmado sobre a presença no Brasil de fábricas de
Xbox 360
,
da Microsoft, e de PS3, da Sony, além dos jogos dublados e localizados
para o público brasileiro. Porém, o tom muda ao tratar sobre a indústria
nacional de games. “O nosso mercado ainda está em uma fase inicial de
seu crescimento. O que ainda falta principalmente é a presença de
algumas empresas internacionais que ainda não atuam no Brasil e na
América Latina”, diz Marcelo. O organizador não falou sobre
desenvolvedores brasileiros, embora a BGS seja um espaço de troca de
informações e negócios em nosso país.
O papel do fã para melhorar um evento
“Já tivemos casos recentes em que fãs brasileiros ajudaram o trabalho
da Brasil Game Show, pedindo novos participantes através das redes
sociais de produtores." Segundo Tavares a presença da produtora do game
The Witcher na BGS 2013 se deve ao clamor dos fãs brasileiros na
Internet. "Tudo começou com o tuíte de um fã brasileiro”. Para o
organizador, o papel do jogador e admirador de títulos de games é
fundamental para a sobrevivência da cena em nosso país.
Em 27 anos como gamer, Marcelo também tem seus heróis e jogos
favoritos. “Gosto muito de personagens como Mario, Sonic, Blanka e
Sub-Zero. Atualmente estou curtindo Call Of Duty, Battlefield, Forza,
Gran Turismo, F1, Fifa e PES. Jogo tanto no PS3, como no Xbox 360, Wii
U, PSVita e até mesmo os games casuais no iOS”, explica.

