Gran Turismo 6: despedida com elegância

O lançamento de um novo título da franquia Gran Turismo sempre gera grande expectativa – não podia ser diferente nesta sexta edição, que se despede do Playstation 3. O jogo foi lançado neste mês e é vendido ao preço sugerido de R$ 149.
Mas ao colocar o disco no console e iniciar a jogatina nos deparamos com um Gran Turismo 5 evoluído. Há melhorias em alguns pontos desta edição, mas não podemos chamar de novo. A Polyphony refinou aquilo que cabia ajustes. Nesse contexto, encontramos uma interface melhorada, que disponibiliza as informações de forma bem mais clara – sem contar que tudo está no nosso português.
Gran Turismo permite ao jogador fazer diversos ajustes nos carros e verificar seu efeito nas pistas. No sexto título, todo esse sistema ficou mais simples e bem explicado, encorajando os mais leigos a arriscarem suas primeiras preparações. Aumenta a diversão ao saber que mexer nos veículos pode render tempos melhores e mais vitórias.
Gran Turismo 6
Dentro das pistas, a física está mais aprimorada. O efeito de esterço (força em cima das rodas ao realizar curvas) é mais evidente. O vácuo e o peso do carro, quando totalmente abastecido por exemplo, é bem perceptível. Os japoneses só não aprenderam ainda a tal sensação de velocidade – não é um jogo arcade, mas mesmo a bordo do Audi R18 e-tron, próximo dos 400 km/h, e parece que o carro vai a 180/200 km/h.
Sempre procurando agradar a todo tipo de fã do automobilismo, o jogo vai se tornando mais completo. Nesta sexta edição, os brasileiros podem se deleitar com parte da história de Ayrton Senna. Outra sacada genial foi incluir no jogo o Festival de Velocidade de Goodwood, na Inglaterra, que deixa os europeus babando com o desfile de supermáquinas. Se esses dois motivos ainda não enchem os olhos, o ambiente do jogo na Internet é amplo, abarcando praticamente o sem fim de possibilidades entre corridas – com certeza você vai se identificar com alguma sala ou evento.
O revés de Gran Turismo 6 vai para os carros do showroom. Sim, são 1200, mas lembre-se que quantidade não é qualidade. Muito desse milhar vem de CADs já existentes desde o primeiro GT. Agora, chega a ser inadmissível não ter grandes ‘best sellers’ como os novos Corolla e Golf. Enfim o Audi R18, depois de sucessivas vitórias na Le Mans, apareceu lá. Mas aí quando se pensa nele vem a cabeça o concorrente, o Toyota TS020, que não está lá. E a pergunta: pra que ter ’915 versões’ do Nissan Skyline ou do Mazda RX-7?
Gran Turismo 6 (2)
Na gama oferecida pelas concessionárias, falta imparcialidade: uma enxurrada de carros japoneses e o ‘resto’ se completa pelo mundo afora. Legal, eles deram destaque ao Corvette C7, mas aí o Camaro, que já mudou desde o primeiro semestre, não ganhou sua atualização no jogo. Como não colocar a Ferrari La Ferrari e a McLaren P1? O Porsche 918 tudo bem, eles não tem o licenciamento. Sem falar na atual geração de sedãs alemães – eles são desejados no mundo inteiro.
De toda forma, os R$ 150 são justos para o título. Bom para iniciantes e veteranos, melhor por engrandecer o fim do Playstation 3. Está em bom português, muito bem adaptado no universo online e honra o título de “Real Driving Simulator”. Vai tirar 10 quando aprender a acompanhar a evolução da indústria automotiva.
Nota: 8