Mapas para Pokémon Go fazem sucesso entre jogadores. Mas eles são proibidos?

Sites com mapas para achar Pokémon se tornaram uma febre entre os jogadores de Pokémon Go. Para ajudar na caçada, endereços como o Eevee.com.br e FastPokeMap mostram, em tempo real, onde os Pokémon estão e em quanto tempo eles sairão de lá. Também existem aplicativos para iPhone (iOS) e Android com a mesma função, como o PokeSensor. As informações são obtidas diretamente dos servidores da Niantic Labs, desenvolvedora do game, o que vai contra os termos de uso do aplicativo. Mas isso pode banir os usuários do jogo?

Há 151 monstrinhos para serem capturados em Pokémon, mas nem todos estão disponíveis, como Mewtwo, Mew e os lendários Zapdos, Moltres e Articuno, que ainda serão adicionados ao jogo. Porém, até entre os que já podem ser encontrados, há aqueles que aparecem com pouca frequência – Lapras, Dragonite e Snorlax, por exemplo –, o que torna os mapas tão úteis.
Desde seu lançamento Pokémon Go está consumindo muita bateria (Foto: Reprodução/CNET) (Foto: Desde seu lançamento Pokémon Go está consumindo muita bateria (Foto: Reprodução/CNET))
Como funcionam?

O Eevee.com.br mostra a localização exata dos Pokémon e PokéStops espalhados pelo Rio de Janeiro. O site atualiza automaticamente conforme novos monstrinhos são adicionados e informa por quanto tempo eles estarão disponíveis, além de permitir que o usuário filtre as espécies que prefere ver. O grande diferencial é que o jogador pode ser notificado pelo Telegram quando Pokémon raros aparecerem num raio de um quilômetro – basta compartilhar a localização com o bot do Eevee.com.br para que ele envie mensagens sempre que localizar as criaturas por perto. No entanto, o serviço se limita ao Rio e ainda não escaneia algumas regiões da cidade, como a Barra da Tijuca.
Eevee.com.br permite que os jogadores filtrem os Pokémon desejados (Foto: Reprodução/Eevee.com.br)

No FastPokeMap o princípio é o mesmo, mas o mapa abrange mais cidades e países. É só pressionar a localização desejada para que os monstros disponíveis naquele lugar e hora apareçam, e também há a opção de filtrar os tipos desejados. Segundos os criadores, quanto mais pessoas usarem o site, mais efetivo ele será.
Além dos serviços que podem ser acessados pelos navegadores, usuários também usam aplicativos mobile para encontrar os Pokémon. O PokeSensor é uma das alternativas mais utilizadas para localizar os monstrinhos pelos celulares. O jogador pode escolher escanear em um raio de até 500 metros e, pouco tempo depois, o software mostra a posição exata dos Pokémon e quando eles irão desaparecer. Não é preciso estar em um lugar exato para escaneá-lo – uma pessoa no Brasil pode ver o que há no Central Park, em Nova York, por exemplo. Porém, diferentemente dos sites, é preciso se registrar no aplicativo para conseguir usá-lo.
FastPokeMap mostra onde os Pokémon estão e por quanto tempo continuarão lá (Foto: Reprodução/FastPokeMap)
E eu posso ser banido se usar?
Em um comunicado publicado no blog da Niantic em agosto, a empresa reforçou que “aplicativos de terceiros que retiram dados de seus servidores ainda violam os Termos de Serviço e o uso ainda pode resultar em contas banidas daqui pra frente”. Anteriormente, a desenvolvedora já havia retirado o PokéVision – outro mapa que lia os servidores – do ar, o que levou o criador da ferramenta a escrever uma carta aberta. A Niantic alega que sites e softwares como esse impactam negativamente seus servidores.

No caso dos aplicativos, ela ainda frisa que eles "podem ser usados como um instrumento de coleta de pelo criador app, invisivelmente recolhendo e enviando dados para o criador do app, com ou sem o conhecimento do usuário final".
Comunicado da Niantic no blog da empresa (Foto: Reprodução/Pokémon Go Live)
Portanto, usar programas que leem os servidores não está de acordo com os termos de uso do Pokémon Go. Sim, a empresa pode banir os jogadores. Mas, em entrevista ao TechTudo o criador do Eevee.com.br, Gabriel Soldani, reforçou que isso é praticamente impossível de acontecer. "O acesso aos servidores não é feito pelo dispositivo do usuário e sim pelos servidores do Eeeve.com.br”, explica.
O mesmo raciocínio vale para o site FastPokeMap. Já em aplicativos, como o PokeSensor, o risco é maior, pois o usuário precisa se registrar com seu endereço de e-mail, o que a Niantic pode de alguma forma identificar.
Para Soldani, estes mapas melhoram a experiência de jogo e suprem a falta de um recurso como o "Nearby", ferramenta que estava integrada no próprio Pokémon Go e a empresa retirou pouco tempo após o lançamento:
"O ideal é que a Niantic enxergue que o jogo fica bem mais divertido assim e não só faça um mapa oficial, mas apoie a comunidade de desenvolvedores a integrar funcionalidades no jogo que eles não pensaram ou não tiveram tempo de implementar", justifica o criador do Eevee.com.br.

Os serviços continuam no ar. Os usuários podem acessá-los, mas por sua conta e risco, já que o uso vai contra os termos da Niantic Labs.