Os avisos de "sites não seguro" devem começar em julho e devem ser
acrescidos de um ícone de alerta vermelho em outubro. No meio do caminho
dessas mudanças, em setembro, o Chrome pretende abandonar a palavra
"seguro" e a cor verde na barra de endereços. O cadeado ainda ficará por
mais tempo e não há data para sua remoção.
As páginas HTTPS são aquelas que adotam criptografia para embaralhar os
dados trafegados. Páginas HTTPS buscam garantir que apenas o internauta
visitante e o site de destino vejam o conteúdo da comunicação. É um
recurso indispensável para páginas que exigem senhas e dados
financeiros, como cartões de crédito.
No acesso a sites comuns (HTTP, sem o "S"), qualquer sistema
intermediário pode interceptar (ou "grampear") o tráfego. Por isso,
sites HTTP são impróprios para serem navegados em redes Wi-Fi públicas,
pois qualquer outra pessoa conectada à rede pode ver todo o tráfego,
tanto as as páginas visitadas como as senhas. Se o site for HTTPS, o
tráfego capturado estará embaralhado e ilegível.
Com a mudança, internautas poderão ter a expectativa de todos os sites
são "seguros" -- exceto quando o navegador afirmar o contrário.
"Os usuários devem ter a expectativa de que a web é segura por padrão, e
eles receberão um aviso quando houver problemas. Como nós em breve
marcaremos todas as páginas HTTP como 'não seguras', vamos avançar com a
remoção das indicações positivas de segurança do Chrome para que o
estado normal, sem marcação, seja o seguro", escreveu Emily Schechter,
gerente de segurança do produto do Chrome, no blog oficial do navegador.
As modificações no Chrome são justificadas com o aumento na adoção do
HTTPS por todos os sites da internet, inclusive sites que
tradicionalmente não o utilizavam, como blogs pessoais e sites de
notícias. O Google também vem fornecendo incentivos, inclusive com
posições melhores no ranking da busca, para sites que adotam a
segurança.
Site seguro é 'confiável'?
Um site possuir HTTPS não é indicativo de que ele é confiável. Por
exemplo, um site fraudulento ou clonado ainda pode trazer o HTTPS e o
"cadeado de segurança", desde que use um endereço diferente do site
verdadeiro.
A presença do "cadeado" pode confundir algumas pessoas que creem que o
site, por ser marcado como "seguro", também é idôneo. Mas o certificado
digital necessário para o HTTPS pode ser obtido gratuitamente em minutos
e não possui essa função. Na verdade, o cadeado e o HTTPS dizem
respeito à segurança da conexão com o site, e não à credibilidade da
página. Ao remover a indicação de página segura e marcar somente as
páginas sem criptografia como "não seguras", o Google diminui essa
confusão, já que sites fraudulentos não poderão mais usar o cadeado para
ganhar credibilidade de forma indevida.
Por outro lado, a falta do certificado pode acabar sendo notada por
alguns internautas. A observância do cadeado é uma das principais dicas
de segurança fornecidas por especialistas e instituições. Com a mudança,
essa dica torna-se obsoleta, ao menos em parte: em vez de observar o
cadeado, é preciso observar se a página não está marcada como "não
segura".
Embora acessos em rede Wi-Fi a sites HTTP (sem criptografia) sejam
preocupantes, ataques mais sofisticados têm conseguido realizar
redirecionamento e interceptação na própria internet. Em abril, um
ataque desse tipo foi realizado contra o site de criptomoeda
MyEtherWallet. Os hackers roubaram ao menos R$ 40 mil (em valores de
criptomoeda convertidos) das vítimas. São casos como esse que levam o
Google a priorizar o HTTPS como uma necessidade para o acesso a sites na
web, independentemente do conteúdo.
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