Já não é novidade que setores industriais em várias partes do mundo
estão tendo dificuldades para produzir devido à propagação do coronavírus (Covid-19). O Brasil não é exceção: por aqui, Motorola e LG anunciaram férias coletivas recentemente porque não conseguem receber componentes chineses.
Serviços de transportes também foram total ou parcialmente paralisados. Algumas estradas foram bloqueadas ou têm acesso restrito. A soma de todos esses fatores reflete na produção de diversos itens: se as fábricas não produzem, não entregam. Quando conseguem entregar, é com atraso ou volume menor de itens.
As consequências são sentidas pelo menos desde o fim de janeiro por indústrias brasileiras. Um exemplo vem da Samsung, que fechou a sua fábrica em Campinas (SP) entre os dias 12 e 14 de fevereiro.
Na sequência, a Flextronics, que responde pela produção de dispositivos da Motorola, anunciou férias coletivas de 10 dias. A operação normal deveria ter sido retomada na quarta-feira (26), mas a suspensão foi prorrogada por mais dois dias. Para piorar, uma nova paralisação na Flextronics deverá ocorrer entre 9 e 28 de março.
Situação semelhante na LG: a companhia irá paralisar a produção da sua fábrica em Taubaté (SP) também por dez dias, começando na próxima segunda-feira (2). O motivo é o mesmo em todos os casos: falta de componentes vindos da China.
Ainda não é possível calcular o prejuízo financeiro oriundo das linhas de produção paralisadas, mas a Abinee (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica) estima que 57% das fábricas associadas já enfrentam problemas de abastecimento como efeito indireto do coronavírus. Sindicatos temem que essa situação termine em demissões.
Procon-SP pede explicações
O Procon-SP já está de olho no problema. Em nota emitida nesta quinta-feira (27), o órgão informa que notificou as empresas Huawei, Lenovo, LG, Panasonic, Samsung, Semp Toshiba e Sony para que expliquem como estão lidando com o problema dos materiais provenientes da China.A entidade quer descobrir se a situação pode afetar serviços de reparo, por exemplo. As empresas notificadas têm 72 horas a partir de hoje para responder.
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